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Câmara debate segurança no Anel Viário e cobra ações do DNIT

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaVereadoresSessão EspecialNotícia

06/06/2025 11:30:00


A Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou, na manhã desta sexta-feira (6) uma sessão especial para discutir a situação crítica do Anel Viário da cidade, especialmente os trechos mais perigosos, como o popularmente conhecido “Trevo da Morte”, próximo ao Centro Industrial dos Imborés. A iniciativa foi do vereador Adinilson Pereira (UB) e reuniu representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Prefeitura Municipal, lideranças comunitárias e parlamentares.

A sessão foi marcada por dados alarmantes, falas emocionadas e cobranças contundentes por soluções imediatas. Segundo Adinilson, o legislativo municipal tem atuado de forma firme na busca por melhorias na segurança viária.

“Estamos aqui como representantes do povo. Essa Casa vai continuar lutando junto ao DNIT, ao Governo Federal e à prefeita Sheila para mudar essa realidade”. O vereador também propôs a reativação da comissão especial de fiscalização das obras da BR-116: “Essa comissão precisa ser retomada. Nosso papel é cobrar, mas também apresentar ações concretas à população".

Um dos destaques da sessão foi a apresentação de Alexandre Analício, chefe da PRF em Vitória da Conquista, segundo quem o trecho mais crítico não é o “Trevo da Morte”, mas sim a região entre os quilômetros 10 e 20, na Lagoa das Flores.

“Só em 2024 já são 70 mortes, quase o dobro do ano passado. E isso sem contar os que morrem depois do atendimento". Ele reforçou a urgência da duplicação: “Duplicar salva vidas. A BR-324, que é duplicada, teve zero mortes no mesmo período em que a BR-116 teve 22".

Representando o DNIT, Paulo César Oliveira esclareceu que, com a saída da Via Bahia, o órgão federal assumiu a gestão das BR's 116 e 324 por meio de um contrato emergencial de três meses, que poderá ser prorrogado até a nova concessão.

“Nesse período, como é emergencial, o DNIT se limita às questões operacionais. Não teremos obras estruturantes a longo prazo". Ele destacou que está em andamento um projeto para alterar o cruzamento do distrito industrial: “O cruzamento seria eliminado, com aumento do percurso dos veículos. É uma medida provisória até a construção dos viadutos.”

Rute Amâncio, cidadã que representou as vítimas da BR-116, fez uma das falas mais impactantes da sessão. Em 2011, ela perdeu o marido e a filha de apenas 11 meses em um acidente causado por uma carreta que cruzou indevidamente o trecho.

“Não sei o que acontece, pois uma pessoa em sã consciência deveria olhar e parar, mas são vários acidentes naquele trecho". Apenas ela e seu filho sobreviveram. Ela relatou ainda que o radar instalado após o acidente foi mal posicionado: “Foi colocado depois do cruzamento, o que compromete sua eficácia. O mínimo que se fizer já ajuda a evitar mortes". Rute fez um apelo por mais atenção das autoridades: “Uma cidade como Conquista merece um olhar mais atencioso quanto àquela situação.”

Luiz Paulo Souza, secretário interino de Mobilidade Urbana e titular de Serviços Públicos, destacou a importância das audiências públicas: “São estratégicas para discutir questões que precisam ser abraçadas por todos nós". Ele reforçou a necessidade de consciência coletiva: “Reduzir velocidade, manter distância e respeitar os limites também salva vidas.”

Representando os moradores, o líder comunitário Zé Portugal, da Lagoa das Flores, também fez um apelo por segurança: “Somos um bairro trabalhador, e estamos sendo esquecidos. Essa dor das famílias poderia ser evitada". Ele criticou a antiga concessionária: “A Via Bahia recolheu o dinheiro do povo e não entregou nada. Chega de abandono.”

A representante da Associação das Indústrias de Vitória da Conquista (AINVIC), Neuza Silva Santos, reforçou a preocupação do setor empresarial com a insegurança no trecho. “Os colaboradores trabalham inseguros. Se não tem estrutura, como vai produzir? Acreditamos que o poder público tem condições de resolver o problema".

O vereador Edjaime Rosa – Bibia (UB) cobrou transparência na transição para o novo consórcio: “Mais de 100 vidas foram perdidas entre 2023 e 2024. É inadmissível continuar assim, sem resposta efetiva". E alertou: “Arrecadar nos dois primeiros anos e só iniciar obras no oitavo? Isso é um absurdo".

Fernando Jacaré (PT) destacou a importância da união entre os entes federativos: “Esse é um momento de união: prefeitura, estado e governo federal juntos para garantir as intervenções que a população tanto espera.”

O vereador Hermínio Oliveira (PP) lembrou o histórico de cobrança da Casa e afirmou: “A Via Bahia fez muito pouco. Precisamos dos viadutos e da duplicação".

Ricardo Gordo (PSB) cobrou atenção para outros trechos perigosos, como o acesso ao bairro Campinhos: “Todas as saídas da cidade precisam de investimento. O que vai ser feito no trevo dos Campinhos, onde ocorrem mais mortes?”

A vereadora Doutora Lara (Republicanos) levantou dúvidas sobre a execução das obras prometidas: “Com uma nova concessão, qual a garantia de que essas obras serão executadas?”.

Ela relatou ter ido a Brasília, onde ouviu do ministro dos Transportes uma pergunta preocupante. “Seis dias após a rescisão da Via Bahia, ele me perguntou onde era Vitória da Conquista. Prometer é fácil, mas o momento de cobrar é agora".

O vereador Ricardo Babão (PCdoB) ressaltou o trabalho da Câmara junto a deputados federais e estaduais e revelou um avanço importante após reunião em Brasília. “Levamos os problemas dos trechos e pedimos os viadutos. Saímos de lá com a resposta positiva de que dois viadutos serão construídos antes mesmo da formalização do novo consórcio".

Natan da Carroceria celebrou a articulação que garantiu mais de R$ 60 milhões para a malha rodoviária: “Essa Câmara entrou nos anais da história como atuante. Estamos lutando para que a malha rodoviária seja melhorada. Vidas estão em jogo".

E alertou sobre outras estruturas críticas, como a ponte sobre o Rio Jequitinhonha e a de Cândido Sales:

“O contraditório é necessário para que haja o debate". Ele ainda convidou a população para o 1º Santo Antônio do Bairro Kadija, nos dias 14 e 15 de junho.

A sessão foi acompanhada por familiares de vítimas, lideranças comunitárias e cidadãos que convivem diariamente com o drama da insegurança nas rodovias. A Câmara reforçou seu compromisso com a fiscalização, a articulação política e a cobrança por ações urgentes para preservar vidas em Vitória da Conquista.



Por Anuska Meirelles, Andréa Póvoa e Camila Brito



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