Imagem Fisioterapia e Terapia Ocupacional são tema de audiência pública na Câmara Municipal

Fisioterapia e Terapia Ocupacional são tema de audiência pública na Câmara Municipal

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaAudiência PúblicaArquivo

13/12/2017 23:30:00


Na noite desta quarta-feira, 13, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou uma audiência pública sobre a Fisioterapia e da Terapia Ocupacional. A discussão, fruto da iniciativa do mandato do vereador Professor Cori (PT), reuniu profissionais das duas áreas bem como o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito7).

O vereador Professor Cori ressaltou a experiência de inclusão que viveu na Secretaria de Educação, quando foi secretário da pasta. Para ele, foi uma vivência muito positiva com o esforço da equipe em acolher todos. O vereador também apoiou as demandas apresentadas pelos profissionais e se disponibilizou a levá-las ao governador Rui Costa, com o qual terá uma audiência em breve.



O professor do curso de Fisioterapia da Uesb, subdelegado do Crefito 7, Fhelício Sampaio, disse que espaços como o que foi aberto na audiência são de grande importância para a Fisioterapia. “Esses espaços são engrandecedores para a Fisioterapia”, apontou o docente. De acordo com ele, desde agosto de 2015, quando a cidade recebeu a delegacia do Crefito 7, o serviço de Fisioterapia e Terapia Ocupacional deu um salto de qualidade, graças à atuação da delegacia.

A terapeuta ocupacional Amanda Dourado relatou sua experiência no Complexo penitenciário, ela trabalha com os internos do regime fechado. A profissional explicou que a resolução nº 1/2009 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária estabeleceu a proporção de nove terapeutas ocupacionais por 500 detentos. Em Conquista, segundo ela, o complexo conta com apenas um terapeuta para um universo de quase 900 detentos. Dourado ressaltou a importância desse trabalho junto aos presos. Para ela, um trabalho de reinserção social complexo porque busca atingir todas as áreas da vida do indivíduo. Ela destacou a precariedade que atinge os internos, muitos não possuem documentos básicos como RG e CPF, o que os impedem de acessar serviços públicos.

A terapeuta ocupacional, Jussara Ladeia, apontou que no próximo domingo chegará aos 20 anos de profissão e que em Vitória da Conquista teve excelentes experiências, tendo se realizado profissionalmente auxiliando pessoas a viverem com maior qualidade de vida. “Eu tenho muito a agradecer à cidade. Sempre fui respeitada como profissional. Muito valorizada. O que me entristece é ver muitos espaços a serem ocupados pela terapia ocupacional”, disse ela destacando que a cidade tem uma grande necessidade de um curso superior em Terapia Ocupacional.

A terapeuta ocupacional, conselheira e delegada do CREFITO 7 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), Glícia Miranda da Silveira, parabenizou Professor Cori pela participação nas causas relacionadas à pessoa com deficiência. Segundo ela, o município conta com um Conselho da Pessoa com Deficiência, iniciativa que contou com a contribuição do vereador. Ela lembrou que ele introduziu, quando ocupou o cargo de secretário de Educação, ações inclusivas no órgão e a participação de terapeuta ocupacional.

Glícia informou que Conquista é assistida pelo CREFITO 7, condição que melhorou o atendimento na área. Ainda assim, a profissional afirmou que são muitas as demandas e que o segmento tem um longo caminho de lutas e reconhecimento. Ela explicou que existe um déficit negativo em relação ao número de terapeutas ocupacionais. Segundo Glícia, a Prefeitura Municipal previu vagas para terapeuta ocupacional no último concurso e, mais recentemente, numa seleção – em ambos não apareceram interessados. Um dos motivos é a falta de cursos de graduação na área. De acordo ela, a Bahia não possui nenhum. Com apoio do CREFITO, a Universidade Federal de Sergipe implantou um.

A fisioterapeuta da Fundação de Saúde de Vitória da Conquista, Maria Celene Pires Pitanga, ressaltou que a classe vem lutando por melhorias e reconhecimento. Ela advertiu que é necessário uma maior união e esforço do segmento, estudantes e profissionais, para novas conquistas. Pitanga informou que atua no Hospital Esaú Matos e coordena o Complexo Pediátrico do Hospital de Base, na parte de fisioterapia. Ela ressaltou que somente no Esaú, são 18 fisioterapeutas. Para ela, trata-se de uma grande conquista, porque, há mais de 10 anos atrás, em 2006, eram apenas três. Ela explicou que essa equipe trabalhou para capacitar e ampliar o grupo que hoje, segundo Dourado, é coeso e tem o trabalho reconhecido. No Hospital de Base, afirmou a fisioterapeuta, existem uma defasagem de profissionais. Ela apontou que são duas UTIs para adultos, uma infantil e uma neonatal. Para Amanda falta vontade política para melhorar essa situação.

O fisioterapeuta da Secretaria Municipal de Saúde, Robson Oliveira, a população tem enfrentado sérias dificuldades para ter acesso à fisioterapia e o poder público municipal tem atuado de forma que precariza ainda mais as condições de acesso. “Infelizmente nós estamos num processo de 10 postos de fisioterapeuta na atenção básica para cinco”, disse ele apontando que em Vitória da Conquista a situação de dificuldades no acesso ao serviço tem se agravado. “Eu não vejo lógica nisso. Isso é o maior retrocesso na nossa profissão”, disse ele, afirmando, inclusive, temer retaliações por estar dizendo isso.

O professor Virgílio Santana Júnior representou a coordenadora do Colegiado de Fisioterapia da FAINOR, Adna Gorette Ferreira Andrade. Ele afirmou que a instituição está de portas abertas para a discussão sobre a criação de um curso de Terapia Ocupacional, uma das demandas do segmento. Virgílio atua na FTC e também ressaltou que a entidade está aberta a parcerias para a criação do curso. O professor frisou as parcerias com conselhos e outras associações de classe do setor, para ele uma ação fundamental das entidades de ensino.    

O presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito7), Cleber Sady, disse ter muito respeito pelos profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional de Vitória da Conquista. “Não foi à toa que quando eu assumi a presidência ela institui como meta a abertura da primeira delegacia regional do Crefito 7 da Bahia em Vitória da Conquista”, disse ele destacando o bom trabalho desenvolvido na cidade.

Apontou que as declarações do fisioterapeuta Robson apontam que a gestão tem caminhado na contramão do que preconiza a lógica da fisioterapia ao reduzir em 50% a equipe de fisioterapeutas do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF).

Ainda em sua fala, o presidente do Crefito 7 defendeu a instalação de ao menos um curso de Terapia Ocupacional na região. “É uma coisa absurda como um estado do tamanho da Bahia não ter um curso sequer de Terapia Ocupacional”, disse ele.





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