Na sessão ordinária desta quarta-feira (22), a vereadora Dra. Lara Fernandes (Republicanos) fez um pronunciamento marcado por críticas à condução das políticas hídricas no Estado da Bahia e à falta de investimentos em obras de abastecimento. A parlamentar destacou a importância de garantir segurança hídrica para as comunidades rurais de Vitória da Conquista e cobrou o cumprimento de compromissos firmados em contrato com a Embasa.

A vereadora iniciou seu discurso cumprimentando o presidente da Casa, Ivan Cordeiro (PL), os demais parlamentares e o público presente, fazendo ainda uma menção ao Dia de São João Paulo II, celebrado em 22 de outubro. “Que São João Paulo segure na mão do colega Igor, que partiu para a eternidade essa madrugada, e conforte sua família e seus quatro filhos”, disse, em tom de solidariedade.

Em seguida, Dra. Lara apresentou uma moção de repúdio ao ex-ministro do STF, Luiz Roberto Barroso, por declarações feitas em evento público. A vereadora citou o filósofo inglês G.K. Chesterton para justificar sua posição: “O diabo não vem de chifres e capa vermelha; geralmente ele vem defendendo o aborto”, afirmou.

A parlamentar também exibiu vídeos sobre a transposição do Rio São Francisco, ressaltando a grandiosidade da obra e criticando a paralisação das bombas que integram o sistema de abastecimento do Eixo Norte. “Só tem noção do que foi feito ali quem realmente enxerga uma obra dessa grandeza. É lamentável ver o fornecimento interrompido, justamente quando tantas regiões do Nordeste ainda sofrem com a seca”, pontuou.

A vereadora aproveitou para relacionar o tema ao cenário local, destacando o desperdício de potencial hídrico em Vitória da Conquista. “Nós temos água. O que nos falta são as bacias”, afirmou.

Dra. Lara lembrou que a barragem do Rio Pardo, que deveria abastecer 20 comunidades da região de Serra dos Pombos e Iguá, foi abandonada após milhões de reais investidos, e citou também os problemas na barragem do Rio Catolé, que teve as obras interrompidas.

Ela criticou ainda o descumprimento do termo de compromisso firmado pela Embasa, que previa a ampliação da rede de abastecimento para os distritos de Serra dos Pombos, Cabeceira da Jiboia e Iguá, além de todos os distritos até 2030. “A Embasa é gerida pelo Estado, e ao renovar a concessão, assumiu compromissos que não foram cumpridos”, declarou.

Encerrando sua fala, a vereadora elogiou o trabalho do programa Jornada de Água, que, mesmo com estrutura limitada, consegue atender dezenas de comunidades: “Tiro o chapéu para a Joana D´arc , que com 14 carros-pipa abastece 26 comunidades, 11 assentamentos, 52 fazendas e 29 caixas de sistema sozinha”, destacou.

Por fim, a vereadora criticou a falta de planejamento estrutural e acusou o governo federal de manter o que chamou de “cultura da sede”. “Com tanta água disponível para ser remanejada e tantas barragens que poderiam estar funcionando, o que parece interessar é manter a cultura da sede, para depois, em época de eleição, sair distribuindo caixas d’água”, concluiu.

Anuska Meirelles